É a final da Liga dos Campeões a ser realizada em Lisboa, que recebe a terceira final europeia em 16 anos (euro 2004 e Liga dos Campeões 2013/2014). Contudo, será uma final diferente, na medida em que (infelizmente) não terá público na bancada.
Antevê-se um jogo muito equilibrado este domingo no Estádio da Luz. O Bayern vem de uma vitória com números esclarecedores (3-0) mas sentiu mais dificuldades que o esperado. O Lyon entrou forte na partida e criou muitos calafrios na defesa bávara, sendo que aos 20 minutos poderia estar a ganhar por 2-0 depois de uma perdida de baliza aberta de Memphis Depay e uma bola ao poste de Toto Ekambi. Contudo, a maior qualidade dos alemães veio ao de cima e apareceu o génio de Serge Gnabry, que desbloqueou a partida com um golo de antologia. A partir desse momento a equipa ficou mais confiante e, com naturalidade, foi aumentando a vantagem e conseguindo carimbar o passaporte para a final. Para que possam vencer esta partida, seria melhor rever os conceitos e os posicionamentos em transição defensiva, pois com um pressing tão alto no terreno e intenso, deixar 40 metros para homens como Neymar e, sobretudo, Mbappé, para explorar a profundidade poderá ser algo muito difícil de contrariar. No entanto, a pressão asfixiante que exercem sobre o adversário e a forte reação à perda poderão ser importantes para explorar as lacunas defensivas do adversário.
Por sua vez, os parisienses, estreantes nestas andanças (é a primeira vez na história que alcançam a final), procurarão aqui finalizar a temporada com chave de ouro. Caso vençam a final, conquistarão todos os troféus em que participaram na época 2019/2020. Numa época que já por si só foi atípica devido à pandemia que assolou o planeta, os lesionados surgiram em catadupa – Keylor Navas é baixa confirmada para a final – onde até o treinador Thomas Tuchel se lesionou ao partir um dedo do pé enquanto praticava desporto. Depois de exibições convincentes ante a Atalanta e o RB Leipzig, onde Neymar mostrou que está num nível superlativo em relação aos restantes, desequilibrando com uma facilidade incrível e inventando espaços e oportunidades onde muitos não veriam. Mbappé também parece recuperado da lesão que o impediu de ser titular com a Atalanta nos Quartos-de-Final e promete, juntamente com Neymar, semear o pânico no setor mais recuado dos homens da Baviera. Tuchel deverá manter o onze que derrotou o Leipzig, onde o meio-campo será mais à base do músculo do que da virtuosidade, composto por Marquinhos, Paredes e Herrera. Sergio Rico será o titular da final, ele que há duas semanas nem nos seus melhores sonhos imaginaria tal situação.
Quem levantará a orelhuda da 65ª edição da Liga dos Campeões?
Prognóstico: ambas marcam @ 1.37